25 setembro 2014

O medo

3 comentários:
 
Quando o sinto, me perco. Fujo dos meus sentimentos. Enfraqueço!



Tenho um incessável medo de perder as pessoas que gosto e é por esse medo que acabo as perdendo. Não que eu tenha um sentimento de posse e que trate pessoas como propriedade, pelo contrário, eu as perco porque me prendo ao meu desequilíbrio emocional de invadir sua liberdade e acabo não agindo racionalmente, não dando o devido valor, atenção e consequentemente perco oportunidades que mais tarde outros irão aproveitar. Isso me torna tão superficial, quando na verdade sou mais uma criança inocente, presa aos sonhos que idealizou e a tantos momentos que planejou, mas que nunca serão realizados, puro e simplesmente porque o tempo passou e esta oportunidade não volta mais.

O que fazer? Inúmeras coisas passam-me à cabeça, caio na representatividade de uma depressão ilusória; lágrimas que escorrem por todo o meu corpo. Então, volto ao meu mundinho preto e branco, um espaço em que minha criança, desesperada, busca encontrar alguma saída, talvez apenas algo que a faça parar de chorar, afinal derramar uma lágrima expressa a mais nobre vontade de sorrir.

Melhor seria se junto com as oportunidades, perdêssemos também a memória, assim não haveria a dor das lembranças. Não haveria porque se lembrar de alguém que te fez dar alguns sorrisos bobos, das longas conversas, dos sonhos e planos, de um simples bom dia ou boa noite que por mais singelo, faziam do meu dia mais especial, porque ao contrário do que muitos pensam, é a simplicidade das coisas e pessoas que marcam nossas vidas.

Mas feliz ou infelizmente não perdi a memória e sigo com tais lembranças e levo comigo a esperança de que por sorte, razões divinas ou maiores, a oportunidade esbarre comigo novamente e eu possa viver a experiência do amor que o medo me fez reprimir e do sentimento que tardei em revelar.

3 comentários:

  1. Antes de mais nada, ótimo texto. Creio que todas as pessoas que já sofreram por quaisquer situações já se encontraram em tal situação. Faz parte. Gostei mesmo. :3

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  2. Nunca me conformei com as idas e vindas de pessoas na minha vida. Sinto o mesmo medo que você só que, um pouco diferente. Finjo que não me importo. Se o outro não se aproxima, espero até que, no meu ponto de vista, ele me dê intimidade. Acontece que, por não ter coragem de mostrar que me importo, as pessoas se afastam ainda mais, por pensarem que não quero estar com elas. E assim se vai, mais uma amizade, ou algo que nem chegou a ser, por não ter demonstrado se importar.
    Gostei muito do texto, você escreve muito bem!

    Eu, Garota Anônima

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