14 março 2016

Eu nunca sei o que eu quero, ao passo que sei exatamente aonde quero chegar.

Acontece que eu não sei se devo ficar ou partir, eu poderia fazer qualquer um dos dois. Eu sou de libra.

Cresci sendo chamado de indeciso. Por estar sempre em cima do muro, por não saber escolher. Sou indeciso porque sempre consigo ver os dois lados, sabe? Sempre examinando um, depois o outro, por fim acabo equilibrando, ponderando. É impressionante como eu consigo sempre equilibrar, sempre fazendo o papel de mediador, seja numa briga, num conflito, numa discussão com amigos ou até mesmo na situação ou relação do outro.

Eu sempre sei exatamente o que fazer, como ajudar as pessoas, como agradá-las, acalmá-las ou simplesmente fazer com que se encontrem. Não que eu esteja sendo prepotente, mas eu facilmente me coloco no lugar do outro, não importa como eu enxergue ou o que eu pense, o importante é como o outro se enxerga e como lida com isso. Apenas o outro conhece os seus próprios problemas, então de nada adianta a minha perspectiva, a não ser que eu passe a ver pelo ângulo dele e assim, me colocando em seu lugar, eu posso analisar, equilibrar e aconselhar. E ele, por conta própria, poderá agir. 

Percebo que as pessoas se sentem à vontade comigo porque eu permito que sejam elas mesmas, em sua essência, eu não as julgo, não repreendo, muito pelo contrário, crio o ambiente confortável, para que se sintam em casa, sintam-se como em seu lar, eu me coloco como um reflexo da alma. Porque a melhor forma de nos conhecermos é exatamente através do outro. Os defeitos que vemos no outro, são na verdade aquilo que está sobrando em nós.

Talvez para alguns isso não faça muito sentido, há coisas que só fazem sentido para mim, ou melhor, para quem é de libra. Eu compreendo todo mundo, mas nunca ou raramente alguém me compreende, por vezes me sinto sozinho. Sou frágil e sensível, a ponto de ser ingenuamente bobo. Do tipo que se emociona facilmente, seja consigo mesmo ou com a alegria do outro, porque não há nada que me deixa mais feliz do que ver a felicidade do outro, saber que as pessoas que gosto e que amo estão bem, saber que ainda há motivos para acreditar no melhor das pessoas, saber que ainda há motivos para acreditar na incondicionalidade do amor. 

Mesmo que não façam o mesmo por mim [...]

As pessoas cobram de mim escolhas fáceis, decisões rápidas. Mas eu quero tudo, quero o mundo, quero alguém. Talvez não dê para ter tudo. Mas o que é o tudo? Bom, eu ainda não sei.

Estranho mesmo é que sou cercado de múltiplos amores, há sempre alguém caindo no meu charme libriano, na minha forma simples de, involuntariamente, conquistar as pessoas. Muitas vezes me questiono como alguém pode gostar de mim, mas gostam. Porém eu nem gosto de todo esse rodeio, não quero múltiplos amores, só quero o meu ninho, o meu lar.

Pensei ter encontrado, então resolvi parar. Resolvi parar porque aprendi a ser feliz sozinho, mas vamos confessar, é tão mais divertido quando caminhamos com alguém.

Acontece, meu bem, que eu sou de libra e o convido, abertamente, para vir comigo, descobrir o que fazer da vida. 
 
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